sábado, 16 de agosto de 2008

A Suprema Sabedoria

Lilás - a cor da suprema sabedoria


A Suprema Sabedoria

Por Prem Rawat


Às vezes somos envolvidos por tudo o que está acontecendo no mundo e isso nos deixa incrivelmente confusos. As pessoas dizem: "É assim". Fala-se de Deus, da vida após a morte, da vida antes da vida.

A única coisa que é relevante é que estou vivo. Agora.

A vida tem a ver com o agora. Certa vez me disseram que fui um imperador na minha vida passada. E daí? Quando se vive a vida por meio de explicações talvez seja importante saber o que a gente era numa vida passada ou o que acontecerá depois desta vida. Mas, quando se vive entendendo o valor desta vida, todas essas coisas são irrelevantes. A única coisa que é relevante é que estou vivo. Agora.

Quando se vive de explicações só se cria uma coisa. Confusão. Quando se vive pelo valor de sua existência hoje o que se cria é clareza, simplicidade, gratidão, entendimento. Não especulação. Se você disser: "Explique por que meu pneu furou", certamente encontrará alguém para lhe explicar. Não há falta de explicadores.

Por quê? Porque na verdade não sabemos. É fácil dizer: "Sou José, ou Maria ou Patrick. Desculpe. Você não é isso. É outra coisa. É fácil dizer: "Minha mãe se chama isso, meu pai se chama aquilo". Mas somos mais do que isso. "Tenho diploma universitário. Sou formado. Sou doutor. Sou advogado. Sou isso. Sou aquilo. Não, você é mais do que isso também. "sou uma dona-de-casa". Não. É mais do que isso. "Sou mãe. Sou pai." Você é mais do que isso também.


Todas essas relações pelas quais você se orienta são relativas. Elas são e deixam de ser. Você está em processo de mudança. Embora não pareça. É preciso entender o que está mudando e o que não está. Neste rio da vida, você está num barco em movimento. Quando você olha para fora, parece que tudo o que você vê está se movendo. Não está. Está parado e continuará parado. Você é que está se movendo e não estará mais no mesmo lugar.

O que é perecível? O corpo em que você está é perecível. Um dia deixará de existir. O corpo
está em movimento. Você está em movimento. Desde quando? Desde que respirou pela primeira vez. Desde a primeira respiração. Coisa incrível! Antes disso era o éter. Então você respirou e o processo da vida começou a se desenrolar. Coisa poderosa. E veio outra respiração, e mais outra, e mais outra.

O desenrolar do mesmo processo que se dá com o universo é aquilo que veio a mim e me tocou, trazendo-me a dádiva da vida. Trazendo a mim todos os dias, todos os momentos, todas as estrelas. Isso é um milagre. Todo bebê que nasce é um milagre. Não entendemos isso, e é por isso que sofremos. Tendo tudo, achamos que não temos nada. Atormentados com nossos problemas, andamos aos tropeções pela vida.

No entanto, como é belo este momento. Não posso voltar para ontem, por mais que eu tente. E não importa quanto eu me esforce, não posso ir para amanhã. Para mim, essa é a suprema sabedoria. Estou aqui neste momento, e aqui tudo é maravilhoso.

Os jovens querem viver no futuro. Os mais velhos querem viver no passado. Ninguém quer viver no presente. E onde a alegria se colocou? Onde o entendimento se colocou? No presente.

Portanto, se alguma vez você se perguntar por que é tão difícil entender a vida, talvez a resposta seja: Você não vive onde a vida está. Você se acostumou com a confusão, e isso não é agradável.

O que se pode fazer? Aprender a viver no hoje. E o que é o hoje? Mais uma chance lhe foi dada de sentir plenamente o que é estar vivo. Espantoso. É o que vem ao caso em se tratando da vida.


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