segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Aceitação


ACEITAÇÃO

"Nós encontraremos aceitação assim que aceitarmos e aprovarmos a nós mesmos exatamente como somos, assim, tudo na vida funciona."

Louise Hay



Se você é uma daquelas raras e afortunadas pessoas que já aceitam seu corpo como sendo perfeito exatamente como ele é, com todos os seus detalhes e qualidades, então você já aprendeu a lição de aceitação. No entanto, se uma pequena parte de você acredita que você seria mais feliz se você fosse mais magro, mais alto, mais gordo, mais em forma, mais loiro, mais forte, ou você gostaria talvez de alterar algum outro de seus atributos físicos, deduzindo, assim, que você pudesse mudar magicamente sua vida para melhor... então você deve passar algum tempo aprendendo sobre o valor da verdadeira aceitação pessoal.

Aceitação é o ato de abraçar tudo o que a vida lhe oferece com uma atitude positiva. Nossos corpos estão entre os melhores voluntários e sábios professores que poderíamos ter nessa vida. E a menos que você passe uma grande parte de seu tempo ligado a "viagens astrais" (experiências fora de seu corpo), seu corpo certamente estará com você seja onde você estiver. Ele será como um guia constante e bom durante essa viagem na qual você está. A decisão é sua, e está baseada em como você aprenderá essa lição: bem ou mal.

Para muitas pessoas, o corpo é um alvo dos seus mais severos julgamentos e o barômetro com o qual elas julgam seu próprio valor. Eles imaginam um ideal de beleza e se martirizam constantemente por não conseguir chegar a esse ideal. Desde que seu corpo físico e a forma com a qual você se apresenta ao mundo, quase sempre é com ele que você define a si mesmo, e através dele é que os outros definem a você também. A forma com a qual você vê seu próprio corpo está diretamente relacionada ao ritmo com o qual você é capaz de aprender e assimilar esta lição de aceitação.

Impondo julgamentos severos a seu corpo você estará limitando a quantidade de experiências que você experimentará. Quantas vezes um dia que poderia ter sido maravilhoso, à beira da praia, é completamente destruído porque você não se sente bem em seu biquini ou calção de banho? Imagine que maravilha seria caminhar pela areia branca sem se sentir assim; sem auto-críticas. Pense em todas as atividades em sua vida que você deixou de participar e adiou, esperando o dia em que você fosse diferente, melhor, ou até mesmo perfeito. Eu tenho uma amiga que sonha em aprender a fazer mergulhos submarinos mas se recusa até mesmo a tentar, pois ela se preocupa demasiadamente em como ela estará no traje de mergulho. Uma aceitação pessoal completa proporcionaria a ela, e a você, a oportunidade de participar em todos os aspectos da vida - sem reservas e imediatamente.

Como muitas mulheres que eu conheço, eu passei muitos anos preocupada com o formato de minhas coxas e minhas pernas. Eu não queria apenas que elas fossem mais firmes e torneadas, eu entrei em uma verdadeira guerra contra elas. Eu usava só bermudas, até mesmo nos dias mais quentes de verão, constrangida e com medo de expor minhas pernas. Eu estava totalmente convencida de que minha vida melhoraria muito se minhas pernas fossem firmes, bem desenhadas e fossem mais bem delineadas. Na verdade, eu queria que minhas pernas cooperassem com meu plano de como eu achava que minha aparência física deveria ser, e não como ela era de verdade. Eu as desonrei e, é claro, elas retribuiram meu ato e teimosamente se recusaram a se transformar magicamente nas belas pernas que sempre sonhei em ter. Basta dizer que eu e minhas pernas não nos encontrávamos vivendo uma existência muito pacífica nessa época.

Finalmente, eu decidi colocar um fim a essa guerra fria, prometendo aprender a amar minhas pernas exatamente como elas são. Mas, claro, é muito mais fácil falar do que fazer. É muito fácil gostar daquelas partes em nós que nós já achamos aceitáveis do ponto de vista estético, mas é muito mais difícil abandonar nossas noções de como nossa forma física deveria ser no que se refere a outras partes de nossos corpos. Eu decidi dedicar alguns minutos de cada dia dando atenção positiva ao meu inimigo imaginário. Todos os dias eu massageava a área com loção de lavanda. E enquanto fazia isso, eu me concentrava e enviava mensagens mentais de aceitação para minhas pernas. No início, eu só consegui aceitá-las parcialmente. Mas, por fim, consegui aceitá-las completamente. Durante as primeiras semanas em que eu fiz isso, eu me senti ridícula. Mas, eventualmente, eu ultrapassei essa fase. Tudo bem que eu ainda não me animava muito a olhar minhas pernas em um espelho, por exemplo. Ficar observando-as sob a luz claríssima das lâmpadas de meu banheiro todas as manhãs era demais para mim. Mas pelo menos eu não corria mais para escondê-las de mim mesma com uma toalha, para eu mesma não vê-las.

Com o passar do tempo eu comecei até mesmo a apreciar minhas pernas flácidas pela sua dedicação e utilidade. Eu reconheci, muito grata, todo o apoio que elas me dão, a habilidade que elas têm de me sustentar durante minhas corridas diárias. E, para minha surpresa e deleite, elas responderam ao meu carinhoso tratamento e começaram a ficar mais firmes e torneadas. A moral da história não é que minhas pernas se modificaram para que eu as aceitasse, e sim que eu as aceitei e assim, eventualmente, elas se alinharam aos meus desejos.

Existem muitas provas documentadas de que a mente e o corpo estão conectados. Então, a aceitação de seu corpo não é apenas essencial ao seu bem estar pessoal, ela é essencial à sua saúde física também. Se você se nega a aceitar seu corpo tal qual ele é, isso poderá levá-lo a adoecer. Em vez disso, se você praticar a auto-aceitação, você poderá até mesmo sanar suas enfermidades. Até mesmo a comunidade médica moderna abraça a idéia e o valor da auto-aceitação individual pela sua capacidade de manter uma mente e corpo saudáveis.

Você saberá que está indo na direção certa assim que você aceitar seu corpo exatamente como ele é e em sua forma presente. A verdadeira aceitação virá quando você puder aceitar e apreciar seu corpo tal qual ele é atualmente, sem achar que precisa mudar isso ou aquilo nele para ser aceito pela sociedade ou pelos modelos da sociedade. Ou até mesmo aceito por você mesmo.

Então será que isso significa que você deve tentar deixar de aperfeiçoar seu corpo de vez? Ou que você deva se contentar com o que você já tem, sem querer progredir? É claro que não. É perfeitamente natural e normal você querer estar sempre em sua forma física mais saudável. O que eu quero dizer, todavia, é que você tem que deixar de se criticar constantemente por essa ou aquela falha que seu corpo possui (ou que você acha que ele possui).

(...)

Eu digo sempre a meus alunos:

- Amem todas as partes de vocês mesmos e, se vocês não conseguirem amá-las, tentem mudá-las. Mas se vocês não conseguirem mudá-las, então aceitem-nas tais como são.

Com o passar do tempo e a chegada da idade seu corpo apresentará muitas mudanças repentinas que você simplesmente não terá como mudar. Em casos extremos, pode ser que você se depare com algum defeito físico, ou alguma enfermidade debilitante, ou algum outro mal físico que faça com que você tenha ainda mais dificuldade em aceitar seu próprio corpo em seu estado atual. Ainda assim, você deve aceitá-lo, não importa o quão difícil esta tarefa seja para você. As Olimpíadas para paraplégicos estão lotadas de pessoas que conseguiram aceitar seus corpos exatamente como eles são, mesmo com defeitos óbvios.

Como você pode começar a aprender a lição da aceitação pessoal? Começando por reconhecer que o que é, é. E o que está feito, está feito; deixando a prisão do julgamento pessoal, a qual existe apenas em sua mente. Ou isso, ou você continua a lutar contra a realidade de seu corpo, reclamando constantemente e amarguradamente, inundando você mesmo e sua consciência em auto-crítica. De um jeito ou de outro, a realidade continua a mesma: aceitação ou rejeição de seu corpo carregam um significado apenas em sua mente. A sua percepção não tem nada a ver com a maneira com a qual seu corpo realmente aparenta. Então, por que não escolher a paz e a aceitação em vez da dor e da rejeição? A escolha é sua.

3 comentários:

Anônimo disse...

Nossa que texto lindo!Vivi, gostaria de saber se esse livro já foi traduzido,desejo obtê-lo. Tenho esse problema de aceitação, sou muito crítica com o meu corpo. Adorei seu blog é maravilhoso! Já está nos meus favoritos obrigada!
Muita Paz!
gaia.cristal@yahoo.com.br

Vivi disse...

Obrigada, amiga. Seja sempre muito bem vinda ao meu pedacinho na Net.

Olha, eu não tenho nada a ver com o site Submarino. Mas, encontrei lá este livro em sua versão em português.

Veja:
http://www.submarino.com.br/books_productdetails.asp?Query=ProductPage&ProdTypeId=1&ProdId=142463&ST=SE


Espero que você goste da leitura tanto quanto eu. Realmente muito bom!

Beijos,

Vivi

Vivi disse...

Hmm, vejo que o link não funcionou.

Bem, basta você ir até o site:

submarino.com.br e selecionar uma busca por "Livros". Depois, escreva a palavra chave "Cherie Carter-Scott" e obterá alguns dos livros dela em português.


:)